Centenas de milhares de peregrinos de todo o mundo chegaram à famosa Mina, localizada a 7 km da Grande Mesquita de Meca, para participar da peregrinação muçulmana, conhecida como Hajj. Esse rito é considerado um dos principais pilares do islã e, de acordo com a religião, deve ser cumprido por todos os muçulmanos pelo menos uma vez na vida.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos peregrinos, como a distância percorrida sob temperaturas extremas, o Hajj é um evento de grande significado e devoção para os fiéis. Realizado durante o verão na Arábia Saudita, uma das regiões mais quentes do mundo, os peregrinos passam o dia rezando e recitando o Alcorão, enfrentando temperaturas que podem chegar a 48°C.

Este ano, o Hajj promete ser um dos maiores desde 2019, quando cerca de 2,5 milhões de pessoas participaram. Em decorrência da pandemia, apenas 10 mil fiéis foram autorizados em 2020, e o número subiu para 59 mil em 2021. O aumento na quantidade de peregrinos reflete a gradual retomada das atividades religiosas e o relaxamento das restrições impostas pela pandemia.

No entanto, professar a fé em Meca está se tornando cada vez mais caro para os fiéis. Com a inflação em alta, a opção mais econômica de pacote de viagem para o Hajj está custando cerca de US$ 5.663, quase o dobro do valor em moeda local do ano passado. Essa situação tem impacto direto no bolso dos fiéis, que muitas vezes passam anos economizando para realizar esse momento tão importante em sua jornada espiritual.

Além da dimensão religiosa, o Hajj também possui um aspecto econômico significativo para a Arábia Saudita. Surpreendendo muitos, a peregrinação gera cerca de US$ 12 bilhões por ano ao país, aproximadamente um terço da indústria turística brasileira. Esses números impressionantes evidenciam o papel crucial que o Hajj desempenha na economia saudita, movimentando diversos setores, desde hospedagem e alimentação até comércio de lembranças religiosas e serviços turísticos.

Enquanto os fiéis enfrentam os desafios das altas temperaturas e do impacto financeiro, o Hajj continua a ser um símbolo de fé e união para milhões de muçulmanos ao redor do mundo. A realização dessa peregrinação é um testemunho da força espiritual e do compromisso dos crentes com a sua religião, mesmo diante das adversidades.